As Práticas Educativas Abertas (PEAs) estão inscritas no âmbito do Movimento de Educação Aberta e têm como diretrizes a justiça social, o desenvolvimento de uma visão crítica e ética da contribuição das tecnologias e da cultura digital para a construção de processos pedagógicos emancipadores por meio da colaboração, co(autoria), compartilhamento, participação, inclusão.

Essas práticas vão além do uso de Recursos Educacionais Abertos (REA) e de Software livre, embora eles tenham o condão de facilitar a consecução das mencionadas diretrizes em experiências pedagógicas efetivas e significativas para professores e alunos.

Assim, pode-se falar na construção do Educador Aberto, enquanto sujeito que coloca em ação os princípios e orientações da Educação Aberta na sua prática cotidiana, na esteira de um processo contínuo de reflexão-ação-reflexão (práxis) que aprimora o fazer profissional e pedagógico desse profissional.

Assim, estamos falando de um profissional com um olhar sensível para promoção da equidade e de um ambiente inclusivo, que oportuniza diferentes formas de acesso aos conhecimentos e aos saberes construídos coletivamente.

Esse educador compreende e estimula a participação, a construção co(autora) dos conhecimentos, habilidades, atitudes e valores de uma maneira reflexiva e crítica.

Portanto, os Educadores Abertos, com ou sem REA e Software Livre, dedicam-se a transformar o espaço escolar tradicional em ambiente mais democrático, participativo e agregador – apostando na formação de sujeitos autônomos e emancipados, que possam contribuir com a ressignificação das práticas digitais ainda pautadas hegemonicamente pela centralização, desigualdade de acesso, veiculação de informações falsas, disseminação de preconceitos e de discriminações, promoção de violação de direitos.

No âmbito das práticas concretas, o Educador Aberto pode lançar mão das seguintes iniciativas:

1. Construir coletivamente de blog que possa servir de portifólio/repositório de trabalhos realizados pelos alunos por meio de ferramenta aberta como o WordPress;
2. Incentivar o uso dos recursos abertos disponíveis em https://escolhalivre.org.br;
3. Propor atividades que façam uso das licenças Creative Commons;
4. Estimular a realização de trabalhos de reuso e remix.

Essas iniciativas podem iniciar um percurso de conhecimento e apropriação prática dos pressupostos da Educação Aberta no cotidiano da sala de aula. Posteriormente, essa experiência pode ser adensada e estendida para toda unidade escolar, e contar com o envolvimento/participação da comunidade.