Sabe aquela frase que a gente ouve desde os tempos de escola: “Na natureza nada se cria, tudo se copia”? Pois é, na internet, ela ganha um significado totalmente novo – e nem sempre amigável. Se antes a “cópia” era mais um conceito filosófico, no ambiente digital ela pode ser um belo convite a dores de cabeça legais se você não prestar atenção nos direitos autorais.
Afinal, por mais que a internet pareça uma terra sem lei onde todo mundo pode pegar, usar e compartilhar o que quiser, a realidade é bem diferente. A Lei de Direitos Autorais brasileira (Lei nº 9.610/98), que é da época em que a internet ainda engatinhava para a maioria das pessoas, está aí para provar o contrário. Sim, você leu certo: essa lei é de 1998! Imagine só, o mundo digital de hoje, com inteligência artificial, streaming e criadores de conteúdo a mil, tentando se encaixar nas regras de quase 30 anos atrás. É como tentar dirigir uma Ferrari em uma estrada de terra com sinalização de charrete.

E é justamente por isso que a discussão sobre os direitos autorais na internet está mais quente do que nunca. A nossa legislação, apesar de essencial, é antiga e desatualizada para a velocidade e complexidade das relações digitais. Ela não prevê, por exemplo, a quantidade de usos e apropriações que vemos diariamente em memes, vídeos curtos, remixes e até mesmo na forma como a IA consome dados para “criar” conteúdo.
Mas nem tudo está perdido! O Congresso Nacional tem se debruçado sobre essa questão com projetos de lei recentes que buscam modernizar a nossa legislação. Um dos temas mais discutidos é a remuneração justa para criadores de conteúdo, especialmente quando suas obras são utilizadas por grandes plataformas digitais. Outros projetos abordam a proteção de dados, a responsabilidade das plataformas e, claro, a adequação dos direitos autorais à era da internet.
É um debate complexo, que envolve proteger a criatividade e, ao mesmo tempo, não engessar a inovação e o livre fluxo de informações que a internet proporciona. O que fica claro é que, se você produz conteúdo ou utiliza o que já existe por aí, é fundamental estar ciente dos seus direitos e deveres. Afinal, na internet, a cópia pode até ser um atalho, mas respeitar a criação alheia é o caminho mais seguro para evitar problemas.
PL 2370/2019: De autoria da deputada Jandira Feghali, busca estabelecer a remuneração de autores por plataformas digitais quando suas obras são disponibilizadas online, mesmo que por terceiros.
PL 2338/2023: Apresentado pelo Senador Rodrigo Pacheco, este projeto visa ser um marco legal para a inteligência artificial (IA) no Brasil, e inclui em suas discussões a proteção de direitos autorais no uso e na geração de conteúdo por sistemas de IA.
PL 4968/2024: Do Senador Randolfe Rodrigues, este projeto visa alterar a Lei de Direitos Autorais para garantir a remuneração de obras audiovisuais executadas na internet, buscando assegurar que criadores e detentores de direitos recebam pelo uso de seus conteúdos em plataformas de streaming e similares.
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