A Corrente do Bem Digital: Por que os Recursos Educacionais Abertos são um Ato de Generosidade Intelectual


Lembram de 11 de março de 2020?

Aquele dia em que a OMS declarou a pandemia de COVID-19 e, de repente, nossas vidas viraram de ponta-cabeça. Máscara pra cá, álcool em gel pra lá… O mundo que a gente conhecia mudou, e nosso jeito de trabalhar, estudar e se relacionar nunca mais foi o mesmo. O happy hour virou chamada de vídeo, e abraçar alguém se tornou um risco. Nossa, que loucura, né? O mundo real parecia perigoso demais, e a vida, para muitos, passou a acontecer nas “nuvens cibernéticas”.

Essa fase nos fez questionar muita coisa. “Como vamos voltar ao ‘normal’ de antes?” era a pergunta que não queria calar em qualquer roda de conversa. Mas, no meio de tanto desafio, algo incrível floresceu: a reflexão sobre como nos conectamos uns com os outros e, mais importante, como podemos acessar e compartilhar conhecimento.

Fonte: Mulher placa aviso alerta © 2020 by cottonbro studio is licensed under CC BY 4.0

REA: O Caminho das Pedras para o Conhecimento Livre

E é aí que entra uma sigla pequena, mas muito importante que, pra mim, foi um verdadeiro farol: REA – Recursos Educacionais Abertos, um divisor de águas! Se por um lado a pandemia escancarou a necessidade de acesso ao conhecimento para todos, do outro surge literaturas de qualidade com argumentos impactantes, mas afinal para onde estamos indo? Bem, não sabíamos a direção, mas uma luz surge como um farol: o livro REA Teoria e Prática veio para nos mostrar o caminho das pedras.

Essa obra, fruto do trabalho do Grupo de Estudos e Pesquisas em Tecnologias Educacionais em Rede (GEPETER) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), é um exemplo vivo de como o conhecimento pode ser aplicado. É daqueles livros que te fazem pensar: “Por que eu não sabia disso antes?”.

Os REAs chegaram pra revolucionar a forma como a gente cria, espalha e redistribui informações. Eles questionam o que a gente entendia sobre autoria, direito autoral e até as licenças de uso. Afinal, estamos na era da participação ativa, da cultura do conteúdo, da comunicação digital e da inteligência coletiva! Com licenças flexíveis, é possível usar, reusar e até recriar materiais de diversas formas. Incrível, né?

Fonte: https://www.pimentacultural.com/livro/rea/

Mas Nem Tudo São Flores: A LGPD e o Desafio da Proteção de Dados

Por mais que o Brasil esteja mandando bem nos REAs, ainda temos um desafio gigante pela frente: a questão da proteção de dados. Muita gente ainda não entende direito o que isso significa na prática, e é essencial que esse conhecimento chegue a quem precisa dos REAs para que a segurança e a privacidade dos dados sejam garantidas, particularmente através da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

A UNESCO, em 2019, já destacava a importância crucial dos Recursos Educacionais Abertos (REAs). Membros de diversos países concordam que é fundamental capacitar e dar acesso a conteúdos que não possuam as barreiras impostas pelo direito autoral tradicional. Isso cria um modelo sustentável de interação, onde mais e mais pessoas podem consumir informações de várias formas, até ao mesmo tempo, pois esses materiais podem ser livremente acessados, usados, adaptados e compartilhados.

A “Corrente do Bem” dos REAz: Compartilhar é Multiplicar!

Tem uma frase do livro “REA Teoria e Prática” que eu adoro: “Quando os REA são produzidos colaborativamente e os processos de remixagem de conteúdos acrescentam valor ao recurso, quebra-se a tradicional separação entre produção e consumo”. Isso, pra mim, é uma mudança de paradigma! Aquela lógica antiga de “um pra um” não existe mais.

Sabe o que isso me lembra? O filme “A Corrente do Bem”. Quem já assistiu sabe que a ideia é simples: você faz um favor pra alguém, e essa pessoa não te retribui, mas passa o favor adiante, para outras três pessoas. Parece utopia, né? Mas com os REAs é exatamente isso! É um ato de generosidade intelectual. Você cria e compartilha algo, e o próximo pode pegar, aprimorar, acrescentar e distribuir de novo. O conhecimento se multiplica e transforma realidades.

O livro ainda destaca que “REA são potentes em performances sensíveis diante dos aparatos emocionais e simbólicos que sustentam uma produção linguística persuasiva e, por isso, convicta de que acesso à educação é um direito universal” (p. 19). Isso mostra que os REAs vão muito além de um simples material didático. Eles revelam a essência humana de compartilhar, de espalhar a educação como um direito de todos.

Capa do filme: A corrente do bem. Todos os direitos Reservados

E você, já tinha parado para pensar como a pandemia, de certa forma, nos empurrou para essa revolução do conhecimento aberto? Isso nos faz perceber que os REAs vão além de materiais didáticos, pois revelam a essência humana, aquilo de humanidade pelo compartilhamento!

Depois de tudo que conversamos sobre os Recursos Educacionais Abertos (REAs), fica a pergunta que não quer calar: seriam os REAs um modo de evolução transformador no campo educacional? E mais: o que dizer da possibilidade de um aprendizado de qualidade alcançando as pessoas mais vulneráveis? Será que estamos prontos para os próximos passos em direção aos REAs como um modelo de sustentabilidade nas políticas públicas?

Na minha opinião, a resposta é um sonoro SIM! Os REAs têm um potencial gigantesco para democratizar o acesso ao conhecimento, rompendo barreiras geográficas, econômicas e sociais. Imagine só: alguém que mora em uma área remota, sem acesso a grandes bibliotecas ou cursos caros, pode ter em suas mãos materiais didáticos de altíssima qualidade, produzidos por universidades renomadas e especialistas do mundo todo. Isso não é apenas evolução; é uma verdadeira transformação que pode mudar a trajetória de inúmeras vidas, uma revolução no modo de existir da sociedade!

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